Biografia de Alceu Penna segundo Itaú Cultural

Alceu de Paula Penna (Curvelo, MG, 1915 – Rio de Janeiro, RJ, 1980). Desenhista, ilustrador, figurinista. Muda-se para o Rio de Janeiro em 1932 e publica seus primeiros trabalhos no Suplemento Infantil de O Jornal. Nesse ano, matricula-se no curso de arquitetura da Escola Nacional de Belas Artes – Enba e, durante os cinco anos que estuda nessa instituição, freqüenta como ouvinte diversos cursos ligados às artes plásticas. Em 1933, passa a ilustrar a revista O Cruzeiro.

Em 1937, realiza tradução de histórias em quadrinhos norte-americanas, além de adaptar diversos clássicos literários para essa linguagem. Esses trabalhos são publicados no tablóide O Globo Juvenil, lançado em 1937. No ano seguinte, começa a escrever e ilustrar, na revista O Cruzeiro, uma seção intitulada As Garotas, que se mantém ininterruptamente até 1964. Nesse período, As Garotas passa a ser uma referência de moda, estilo e comportamento para o público feminino. Em 1941, depois de algum tempo em Nova York, onde conhece Carmem Miranda (1909 – 1955), passa a dedicar-se à criação de figurinos para os espetáculos apresentados nos cassinos cariocas. De 1946 a 1952, trabalha na execução de uma série de calendários para a empresa Moinho Santista Indústrias Gerais e, paralelamente, na mesma empresa, ilustra a revista Tricô e Crochê e responsabiliza-se por sua publicação. Na década de 1950, desenvolve figurinos e cenários para diversos shows e espetáculos teatrais. Em 1960, por meio de uma parceria estabelecida entre as empresas O Cruzeiro e a multinacional francesa Rhodia, torna-se o responsável pela criação dos figurinos utilizados até 1975 na apresentação das coleções anuais da marca.

Comentário Crítico
Alceu Penna é um dos primeiros a desenvolver a técnica dos quadrinhos no Brasil. Cria para O Globo Juvenil adaptações em quadrinhos dos clássicos da literatura, como O Fantasma de Canterville, Um Yankee na Corte do Rei Arthur, Sonhos de uma Noite de Verão e Alice no País das Maravilhas. Os desenhos são feitos em preto-e-branco e o roteiro é do escritor Nelson Rodrigues (1912 – 1980). Esses trabalhos são publicados entre 1933 e 1939 ao lado de quadrinhos estrangeiros como Mandrake, Fantasma e Brick Bradford. Nos anos 1950, Alceu Penna faz para a revista A Cigarra os quadrinhos Marido da Madame, em que os personagens Gonçalo e Lolita vivem situações do cotidiano de um típico casal de classe média alta da época. O texto é da cronista Helena Ferraz, que usa o pseudônimo “Álvaro Armando”, e apresenta uma série de diálogos escritos em rima, que lembram a literatura de cordel.

http://enciclopedia.itaucultural.org.br/pessoa378586/alceu-penna

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